Artigo:As várias faces da pobreza: a pobreza energética

Pastas / Informação / Todas as Notícias

As várias faces da pobreza: a pobreza energética

O Público de hoje, 18 de janeiro de 2021, dedica as páginas 26 e 27, em artigo assinado por Ana Brito, à pobreza energética de boa parte das casas em Lisboa, concentrada, como é óbvio, nos bairros ditos “populares”, isto é, nos bairros onde vivem os mais pobres. O texto debruça-se sobre a situação em Alfama, mas inclui quadros assinalando as freguesias lisboetas onde as casas são muito frias no Inverno e “um forno” no Verão. Mas alerta também que “este diagnóstico (…) pode ser replicado para o resto do país”

Vem-me à lembrança o faduncho que, se calhar sem culpa própria, se tornou um ícone do fascizante Estado Novo

                                      “É uma casa portuguesa, com certeza,

                                       Pão e vinho sobre a mesa…

 Acrescentando  …        Enregelados de certeza.

Claro que se pode e deve dizer que mais grave do que a pobreza energética das casas é o seu preço (para alugar e para comprar), que faz com que muitos lisboetas, como em todas as grandes cidades e seus subúrbios, não tenham acesso a uma casa, mesmo energeticamente pobre. Mas tal verdade não pode servir de desculpa para atrasar uma intervenção sólida e organizada para combater este vetor da pobreza nacional.

O texto sublinha que em Lisboa alguma coisa está a ser feita neste campo; mas, ainda segundo este artigo, é preciso fazer muito mais e depressa. Não só em Lisboa.

PS: Em muitos casos, esta questão “energética” pode ser aplicada às nossas salas de aula…

António Avelãs