As lições da guerra
Se bem olharmos para a História das Guerras e das Civilizações, somos tentados a reconhecer que não temos aprendido muito com as devastadoras consequências, a todos os níveis, que têm resultado dos grandes conflitos entre os Povos e as Nações.
Hoje como ontem, como se nada tivesse acontecido entretanto, as questões de domínio territorial, controlo da água, existência de recursos naturais, diferença étnica ou religiosa e a ganância económica, mantêm-se como as principais causas de deflagração de conflitos locais, regionais e mesmo mundiais.
Com as Cruzadas e os Impérios, com as grandes Invasões e as Guerras Mundiais, nunca aprendemos nada e perdemos sempre.
Foi este o curso que nos trouxe até aqui, imaginemos onde estaríamos hoje se o motor do nosso desenvolvimento, ao invés da Guerra, tivesse sido outro.
Parece que Anne Frank terá chegado à conclusão que "Não acredito que a culpa da Guerra seja só dos governantes e dos capitalistas. Não, o Homem da rua também tem a sua culpa, pois não se revolta"
De facto, apesar de tudo, raras vezes nos revoltamos mas, quando o fazemos, tem feito toda a diferença.
Hoje, Putin está a travar esta guerra porque os cidadãos da UE, da NATO e dos EUA não se revoltaram.
Entender esta Guerra como um conflito Rússia-Ucrânia ou Putin-Zelensky é entender pouco, é não perceber que o que está em jogo é de uma abrangência tão grande que estamos todos envolvidos
E não é do preço da energia que estamos a falar mas sim da nossa atávica e reduzida capacidade de perceber as coisas e de nos revoltarmos.
Ricardo Furtado