As Educadoras estão envelhecidas, sem sentirem o seu trabalho valorizado
Anabela Tavares
I Coordenadora da Educação Pré-Escolar I
As grandes questões que se colocam à Educação Pré-Escolar são em tudo idênticas aos restantes sectores. A não recuperação do tempo de serviço, a par de outras questões económicas e de carreira, são fatores altamente desmotivadores do empenho e dedicação que sempre caracterizaram os docentes.
As (os) Educadoras estão envelhecidas, sem sentirem o seu trabalho valorizado, muitas vezes sem condições de funcionamento, a saber: sem Assistentes Operacionais para as acompanharem durante as 5 horas letivas; a terem que supervisionar os grupos das colegas, quando estas faltam por razões de saúde ou outras; ao abrigo do art.º 79 esperam tempos desnecessários, porque as direções não pedem as substituições atempadamente; recebem crianças de 3 anos com fralda sem condições para as tratarem dignamente (mudam-se fraldas no chão ou em cima de mesas de trabalho); recebem crianças com NEE sem por isso terem redução de grupo – em muitas situações, que podiam ser aqui nomeadas, têm 4 crianças com necessidades especificas em grupos de 25, sem reforço de AO; são, constantemente, solicitadas(os) a participarem em projectos de escola, de agrupamento e autarquias, sendo não raras vezes chamadas à atenção se não participam.
Por isto e muito mais, impõe-se não transigir nas nossas reivindicações justíssimas. Muitas são as razões para lutar!
Texto original publicado no Escola/Informação n.º 306 | nov./dez. 2023