Arejar é preciso!
Sabemos que, para além do distanciamento, da máscara e da desinfeção, é necessário arejar espaços. Mas como fazê-lo no Inverno? E será que as máscaras usuais são suficientes para garantir a proteção dos professores?
Os professores, por inerência da sua atividade profissional em serviço público, contatam diariamente com centenas de pessoas diferentes em espaços relativamente fechados, estando sujeitos a um risco relativamente elevado de exposição ao vírus, até porque cada um dos alunos, professores e funcionários, se encontram em contato com muitas outras pessoas. A escola, como espaço de encontro, é-o também dos micróbios que circulam na população humana.
Tendo em conta a idade média dos professores e o nível de prevalência de outros fatores de risco, não seria lógico que pudesse ser facultado gratuitamente outro tipo de máscaras, capazes de efetivamente filtrarem as partículas virais e protegerem os professores?
Pelo que nos é dado a saber até hoje, enquanto nos é possível abrir as janelas, a escola parece ter-se tornado um local relativamente seguro, muito mais do que restaurantes, cafés, jantares de amigos e família, em que se afigura muito mais difícil resistir às pressões para não usar máscara e/ou quebrar o distanciamento social.
Por outro lado, sabemos hoje que a concentração de partículas em espaços fechados pode ser determinante para a transmissão da COVID-19, o que coloca graves problemas à gestão dos espaços escolares, tendo em conta a inexistência de medidas que visem a aquisição de tecnologia capaz de garantir esta medida fundamental de higienização.
Assim, o dilema entre abrir a janela e apanhar um frio de rachar, ou não abrir e apanhar a doença, vai ser mais uma permanente fonte de discórdia a gerir pelo professor na sala de aula.
João Correia