Caro(a) camarada,

A situação muito preocupante em que Portugal e um número cada vez maior de países europeus se encontram exige, se pretendermos encontrar uma solução sustentada nos ideais de equidade e de justiça social, uma intervenção enérgica de todos os trabalhadores. Caso contrário assistiremos, resignados, ao empobrecimento da maior parte da população e ao aumento do fosso social – os mais ricos sempre aproveitaram as crises para aumentarem a sua riqueza e o seu poder.

Neste contexto, a greve geral convocada pela CGTP-IN e pela UGT para o dia 24 de novembro assume uma importância enorme. Não se trata de fingir que não há dificuldades ou de fugir a sacrifícios. Trata-se sim de recusar que, a pretexto de uma crise (real) se pretendam destruir direitos laborais elementares, conquistados pelo esforço tenaz de gerações que nos antecederam; trata-se de não aceitar a destruição da qualidade dos serviços públicos, nomeadamente da Educação, da Saúde, da Segurança Social; trata-se de recusar o caminho dos roubos dos salários e subsídios de quem trabalha, deixando praticamente imunes as fontes de rendimentos dos mais ricos, peritos na fraude e evasão fiscais. Trata-se em suma de denunciar que os responsáveis pela crise passam por ela imunes, exigindo o pagamento “com língua de palmo” a quem por ela não é responsável.

Camarada,

A greve geral de 24 de novembro tem de deixar bem claro que os trabalhadores – aí incluindo obviamente os docentes e investigadores – não desistem de lutar por um Portugal com futuro e socialmente justo, exatamente o caminho oposto daquele para onde nos empurram o governo e a “troika”.

Sabemos que não é fácil. Mas também sabemos que não desistimos. Que tu não desistes. Que vamos fazer uma grande greve e que no dia 24 de novembro manifestaremos no Rossio (pelas 14 horas), de onde rumaremos para a Assembleia da República, a nossa persistência, a nossa confiança e a nossa determinação de tomarmos o futuro nas nossas mãos!

À luta, antes que seja tarde!

                                                                                     António Avelãs

                                                                                 Presidente do SPGL