Antirracismo e derrube de estátuas: como repensar a História
O Público de hoje, 7 de junho de 2021, dedica a página 28, texto de Isabel Salema, à decisão do Museu de Bristol de pôr em exposição a estátua de Edward Colston, apresentado na peça como “esclavagista, político e filantropo”, estátua derrubada, “pinchada” e lançada ao rio há precisamente um ano, derrube associado à movimentação “Black lives matter”, na sequência dos protestos generalizados pelo assassinato de George Floyd pela polícia norte-americana. Merece aplauso a iniciativa do Museu ao expor a estátua com os grafittis e com todo o manancial de inscrições antirracistas que acompanharam o derrube. Pretende-se que a população decida o que fazer à estátua, mas ao mesmo tempo propicia-se uma inevitável reflexão sobre a História, sobre o Colonialismo e sobre o Racismo. O texto merece, todo ele, uma leitura cuidada. Mas permitam-me que destaque a passagem onde se refere que “Susan Sobers, (…) lembrou (…) que, apesar de a queda da estátua ter feito ricochete em todo o mundo, ela não pode ser vista como um objetivo. “Sabemos que não foi um incidente isolado, sabemos que há estátuas à volta do mundo que celebram esclavagistas. Ao mesmo tempo, o movimento antirracista não é sobre estátuas. Tenta erradicar o racismo da sociedade e trazer igualdade onde há disparidade racial que atravessa a economia (…)”
António Avelãs