Artigo:Agora e sempre o dinheiro

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Agora e sempre o dinheiro

Foi notícia esta semana o acordo, em reunião do ECOFIN, para uniformizar as políticas fiscais de tributação dos lucros das empresas no espaço Europeu. Parece-nos bem, evitaria "casos" como o Luxemburgo ou a Holanda e passaremos a estar em pé de igualdade para tributar as grandes empresas nacionais, mas só a partir de 2020 ou, em certos casos, 2022. É que, ao que parece, há que dar tempo às grandes empresas, do PSI-20 por exemplo, para que se adaptem às novas regras, não vá a medida causar instabilidade e turbulência nos mercados.

Por outro lado, dos 10000 milhões de euros transferidos para o exterior e não devidamente tributados, por não terem sequer sido declarados ao "fisco", os governantes anteriores nada sabem. Sabemos nós que não era esse o seu foco, não eram as grandes fortunas que estavam em causa, mas sim os salários obscenamente excessivos que auferiam os trabalhadores em Portugal.

A este propósito, um estudo do INE, resumidamente publicado na revista Visão nº 1250, relativo à evolução salarial entre 2011 e 2016, evidencia, de forma brutal, o empobrecimento dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal.

Em suma é lá referido que "Portugal nunca teve tanta gente a ganhar o ordenado mínimo. E também nunca os licenciados receberam tão pouco ao fim do mês". De cerca de 1/10 passou a 1/4 o número de trabalhadores a receberem o ordenado mínimo, no espaço de cinco anos.

É de dinheiro que falamos e da imperiosa necessidade da sua justa distribuição por toda a humanidade.

Ricardo Furtado