Artigo:Agenda aberta, seriedade fechada

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Não me surpreendeu o resultado da reunião de 11 transacto. Foi o corolário dos sinais degradantes que nos últimos tempos nos foram chegando da 5 de Outubro. Depois de negada até à exaustão, ouvimos a ministra da Educação admitir, com a coerência que lhe conhecemos, que o modelo de avaliação do desempenho dos professores estava cheio dela. Que, afinal, o calvário superava, e muito, as invocadas duas fichas. Que o que ontem fora classificado como verdade única, virou nova verdade restaurada. Que muito do que tinha sido proclamado como indispensável era, afinal, substituível por uma versão "simplex", escorreita e aligeirada. Tudo com um belo passe de ministerial capote, secundado pela muleta do inefável secretário de Estado. Desconvocadas as greves, logo a eloquência de Jorge Pedreira esclareceu, pressurosa, que "agenda aberta significa permitir ás partes dizer o que entendem". Ou seja, repetir o que já sabemos, como se não estivéssemos saturados de ouvir as partes, sem que se faça o que deve ser feito. Ficou aqui ditado o resultado.

O Ministério da Educação transformou uma discussão, que se desejaria séria, num exercício mercantilista de conquista da opinião pública, a qualquer preço, olhos postos nas eleições do próximo ano. Por que havia de ser diferente com os ajudantes menores, se o chefe deu o mote quando se travestiu de vendedor do Magalhães em cimeira de politica internacional? Passou a valer tudo. Toca-se a ministra com invocações mentecaptas de pobres crianças, que quando forem grandes querem ser do PS. Resolve-se a complexidade de um processo com a ligeireza do simplex para todo o serviço.

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