Abertura do ano lectivo

Por estes dias a notícia, em educação, terá obrigatoriamente de girar em torno da abertura do ano lectivo.

Por varias razões. Desde logo porque é o sector de actividade que envolve o maior numero de cidadãos de uma só vez. Entre alunos, familiares, funcionários em geral, professores e educadores, estarão mobilizados vários milhões de Portugueses. Penso que nem o futebol supera.estes números, apesar de estarmos num país de duvidosas e, por vezes, inacreditáveis  opções.

Não será pois de estranhar que, por esta altura, se anunciem reforços financeiros significativos para o próximo Orçamento Educativo. Fe-lo agora o Primeiro Ministro em visita ao "Liceu" Passos Manuel, como o fizeram vários governantes, em cenários de incêndios devastadores, a respeito da necessidade de aumentarem as verbas, em orçamentos futuros,  para a protecção da floresta.

O sector da Educação necessita urgentemente de uma capitalização significativa para fazer face a necessidades prementes, tanto a nível dos recursos materiais, de que as coberturas de amianto são um bom exemplo, quanto a nível de recursos humanos, onde  a contratação de auxiliares de acção educativa, a recuperação do ensino especial e a reposição dos mecanismos de progressão na carreira docente,  entre outros, se apresentam como factores decisivos para a evolução da Educação em Portugal.

Esperemos pois que passada a vertigem da abertura do ano lectivo, onde os professores de novo se apresentaram como o garante de bom funcionamento de todo o sistema, a Educação não seja como "um fogo que arde sem se ver".

Ricardo Gil Furtado