Artigo:a voz a quem entra | Rute Luís

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a voz a quem entra | Rute Luís

Eduardo Jordão | Dirigente SPGL

Rute Luís, 26 anos, professora do Grupo 600 - Artes Visuais no AE Almeida Garret, no concelho da Amadora, é sócia do SPGL e foi recentemente eleita delegada sindical.

Eduardo Jordão:  O que fez com que decidisses ser professora?

Rute Luís:  Comecei a sentir curiosidade pelo ensino durante a minha licenciatura em Desenho e, aliado ao meu enorme gosto pelas artes e por promover criatividade, decidi fazer o Mestrado em Ensino. Sou atualmente professora há 3 anos, de Educação Visual, e a curiosidade que antes sentia transformou-se numa “luta” para defender a importância do ensino artístico nas escolas, e como é fundamental propiciar hábitos criativos aos alunos que não só estimulem a sua imaginação, como trabalhem também a motricidade fina. O meu grande objetivo como professora é que os meus alunos não vejam “as artes” como um fim na escola, mas algo que podem explorar para sempre.

EJ: Quais os desafios/problemas que encontras na profissão?

RL: Como nova professora, o maior desafio que encontrei, e encontro, é a falta de apoio nas escolas para acolher quem chega pela primeira vez ao ensino. Apesar de muitos professores terem habilitação profissional, e terem realizado um estágio pedagógico, continua a ser um “choque” muito grande quando de repente ficamos colocados numa escola e temos 10 turmas para ensinar. Outro problema que encontro, é a falta de recursos nas escolas, tanto humanos como materiais. Sendo esta uma profissão de um imenso desgaste físico, mental e emocional, e de uma enorme responsabilidade, penso que há realmente uma grande lacuna em apoio, e valorização, de professores.

EJ: O que te levou a sindicalizar e dar o passo de ser delegada sindical?

RL: Decidi sindicalizar-me, e mais tarde ser delegada sindical, porque lidei com uma injustiça em relação ao meu horário, e tive imenso apoio por parte do sindicato neste processo. A partir deste momento, comecei a preocupar-me com ilegalidades e abusos por parte das escolas, e a estar mais atenta a estas questões. Todos temos o direito a lutar por melhores condições de trabalho, e a saber nos defender, quando necessário.

Texto original publicado no Escola/Informação Digital n.º 45 | março 2025