Artigo:A Saúde dos Portugueses

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A SAÚDE DOS PORTUGUESES

O Público de hoje, 30 de novembro, destaca na primeira página que “Os portugueses são quem mais recorre às urgências em 21 países da OCDE”, informação que algumas televisões tinham já difundido. Desta anormal afluência às urgências hospitalares, associada à falta de médicos e enfermeiros – por causa da propalada austeridade – resulta o caos nestes serviços, situação por demais evidenciada nos últimos tempos e muito agravada perante qualquer pequeno surto de gripe, legionella e quejandos. Claro que quem tem bons seguros (incluindo a ADSE) ou bom dinheiro pode sempre fugir para os hospitais privados…

Esta notícia deixa bem claro que, para um sistema de saúde de facto ao serviço das populações, é urgente investir muito nos serviços de proximidade, nos centros de saúde, nos médicos de família, nos apoios domiciliários. Infelizmente volta a ser notícia a ida de madrugada para os centros de saúde para se conseguir uma consulta, por evidente carência de médicos e enfermeiros também nesses serviços.

O Serviço Nacional de Saúde português foi considerado um bom modelo. Uma visão da austeridade orientada para poupar a todo o custo em prejuízo dos mais fracos traduziu-se na deterioração dos serviços públicos, nomeadamente do SNS. Quero crer que o novo governo socialista seja capaz de travar este declínio, pondo de novo o SNS a cumprir bem o seu papel. Um SNS eficaz e bem organizado permitirá que Portugal deixe de merecer destaque por más razões como a que se consubstancia nesta notícia de capa do jornal de hoje.

António Avelãs