Artigo:A revolta das sul-coreanas

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A revolta das sul-coreanas

Permitam-me que hoje, 16 de novembro, dedique estas notas a um artigo do Le Monde Diplomatique - edição portuguesa, um jornal mensal cuja leitura e assinatura vivamente recomendo. Neste número de novembro de 2020, nas páginas 30 e 31 está incluído um texto, com o título “A revolta das sul-coreanas” que mostra bem como um país muito elogiado pelo seu sucesso económico, pode, ao mesmo tempo, revelar atrasos civilizacionais muito perturbantes. Sublinha o autor (Fredéric Ojardias, um jornalista sediado em Seul) que as mulheres sul-coreanas são profundamente discriminadas no acesso aos empregos, nas carreiras profissionais, na vida política, na sua relação com o marido; particularmente chocante é o modo como são socialmente percecionadas” as mães solteiras: são vistas como umas “depravadas”, “violentamente condenado o nascimento fora do casamento. As celibatárias sofrem pressões enormes para abortar ou abandonar o bebé à nascença”. Curioso também é o que o autor chama de “Misoginia dos rapazes”: ”Muitos homens odeiam as feministas. Eles insultam-nos”, confessa uma militante feminista. “A faixa dos 20-30 anos mostra-se até mais virulenta do que a dos 30-40 anos; 70% destes jovens ostentam abertamente à sua oposição ao feminismo”.

Em suma: nem sempre o propalado sucesso económico significa um sucesso civilizacional nem uma posição cimeira nos direitos humanos.

António Avelãs