Artigo:A propósito do Bairro da Jamaica

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A propósito do Bairro da Jamaica

Total solidariedade com Mamadu Ba, com os dirigentes do B.E. e com todos os que combatem o racismo e a violência policial quando desnecessária ou desproporcionada

Neste fim de semana (26 e 27 de janeiro) o jornal Público inseriu um conjunto de textos, pertinentes e rigorosos, sobre os acontecimentos no bairro da Jamaica e desenvolvimentos conexos. Sobre o comportamento da polícia, Joana Gorjão Henriques (dia 26) titula o seu texto: “Perita de Comité Antitortura diz que agressão da PSP “parece completamente desnecessária”, admitindo a juíza que agressões podem violar artigo de Tribunal Europeu dos Direitos Humanos”. Afirmação que fica robustecida com artigos publicados no dia 27: “Podia ser a minha mãe”(assinado por Joana G. Henriques e outros) no qual vários jovens justificam a sua participação nas manifestações contra a violência a partir das imagens dos incidentes no bairro da Jamaica. Nesse mesmo número merece leitura atenta o excelente artigo de Vitor Belanciano caracterizando o Jamaica como um bairro onde a origem africana da maioria dos habitantes se associa a uma enorme degradação das habitações, da pobreza e do desemprego, mas também afeto, amor e redes de vizinhança.

Perante um comportamento policial desnecessariamente agressivo e “bruto”, impõe-se reagir. Mamadu Ba reagiu, como lhe competia. Fê-lo em termos inaceitáveis, ofensivos e injustos para com a generalidade dos polícias. Joana Mortágua também o fez, em termos eventualmente pouco ajustados. Mas aqui somos levados ao artigo de Liliana Valente titulado “Dirigentes do BE alvo de insultos e ameaças de violência e morte nos últimos dias” precisamente por denunciarem a violência policial no caso do bairro Jamaica. E aqui merece aplauso o texto de João Miguel Tavares (dia 25), com o título “A cor da pele de António Costa” onde se pode ler: “Mas se eu tiver de escolher entre Mamadu Ba e os dois energúmenos de extrema-direita que o perseguiram na rua e argumentos do género ”os portugueses estão a pagar o teu salário, vê lá mas é se tens respeitinho” garanto que estarei sempre ao lado de Mamadu Ba”. Eu também. Ao lado de Mamadu Ba, dos dirigentes do B.E e de todos os que se opõem ao racismo e á violência policial. E tenho a certeza que a esmagadora maioria dos professores estão do mesmo lado.

Este fim de semana valeu a pena ler o Público!

António Avelãs