Artigo:A mentira e os mentirosos

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A mentira e os mentirosos

Armando Vara disse ontem, numa comissão de inquérito parlamentar, não se lembrar de ter falado com Sócrates, então Primeiro Ministro, sobre a CGD.

Ricardo Salgado disse há uns dias, num interrogatório do Ministério Público, não ter mantido relações de qualquer tipo com Sócrates, enquanto Primeiro Ministro.

Sócrates tem sustentado a sua "fortuna" na existência de um amigo muito rico e bondoso.

Centeno não trocou sms, Núncio não se lembrou de publicar estatísticas, Coelho nada disse sobre sobretaxa de IRS, Albuquerque não sabia dos "swaps", enfim, pós-verdades que, por não serem mentiras, segundo os próprios, vão passando incólumes em alguma opinião pública e, até ver, em alguns casos, nos tribunais.

Notemos que este recurso governativo não é novo; Nero incendiou Roma e culpou os Cristãos, os Nazis incendiaram o Parlamento Alemão e culparam os Comunistas e, mais recentemente, Bush, Aznar, Barroso e Blair, declararam guerra às armas de destruição maciça/terrorismo e culparam os Iraquianos.

A banalização da mentira, enquanto arma de propaganda e de acção governativa, levou a que tenham chegado ao poder figuras como Erdogan, Putin ou Duterte e, mais recentemente Trump. Este último é o mais descarado e despudorado mentiroso no activo e fá-lo com uma arrogância que convence, especialmente, os mais desfavorecidos.

Ricardo Furtado