A luta continua…
Abre-se a televisão e a saga da fuga às responsabilidades pelos abusos cometidos pela Igreja continua. Depois de tantas declarações inacreditáveis proferidas por homens que passam o tempo a bater com a mão no peito, o que sairá da conferência episcopal que se reúne hoje em Fátima? Já sabemos que “não se deve fazer uma caça às bruxas”, o que é óbvio pois disso já tratou a Inquisição, mas a impunidade e o descaramento da hierarquia da igreja portuguesa já passaram todos os limites.
Folheia-se depois o jornal “Público” de hoje e o menu de notícias é variado, com destaque para a falência do banco Silicon Valley, o problema da habitação, as urgências pediátricas fechadas, o cabaz de produtos essenciais a preços baixos, a matança em Bakhmut e os Óscares em que “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” fez o pleno, arrebatando sete prémios em 11 categorias.
Na página 14 do mesmo jornal detenho-me na notícia da autoria de Daniela Carmo com o título “Professores vão fazer greve às avaliações no final do ano lectivo”. Esta notícia resulta da conferência de imprensa conjunta dada ontem pela plataforma das nove organizações sindicais – União pela Profissão – que inclui a FENPROF, em que se divulgou o plano de acção de luta dos professores a partir já do próximo dia 27. Este conjunto de formas de luta inclui greve às horas extraordinárias, greve ao último tempo diário de cada docente, greves por distritos, greve nacional seguida de manifestação a 6 de Junho e greve às avaliações finais do ano lectivo.
Quanto à greve às avaliações e sobre a imposição dos serviços mínimos que está na lei, Mário Nogueira respondeu: “Só que tivemos greve às avaliações finais em 2018, foram decretados serviços mínimos e nós temos o acórdão do tribunal que diz que foram ilegais porque desproporcionados e desadequados”.
Em Portugal e também por esse mundo fora, professores, médicos, ferroviários, homens, mulheres, jovens, reformados seguem lutando e fazem jus, na rua, ao título do tal filme que ganhou quase todos os Óscares : “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”.
Almerinda Bento