A informação e o papel das redes sociais
A edição online de 25 de novembro do Público divulga uma entrevista de Bárbara Reis à cientista política alemã Anita Gohdes, que estuda a forma como alguns estados reprimem os cidadãos com a ajuda das “tecnologias da libertação”. Nesta entrevista, aborda-se o papel das redes sociais na difusão da informação, na criação da opinião e nas decisões políticas, e dela destaco as seguintes afirmações:
- As "redes sociais são ferramentas que podem enriquecer os processos democráticos, pois ajudam a dar voz aos que não a têm, mas que, por outro, são uma plataforma excelente para os populistas disseminarem a sua mensagem de forma muito eficaz.";
- "As redes sociais estão a evoluir de forma constante e nesse processo assistimos a uma luta permanente entre os que lutam para que a sua voz marginalizada seja ouvida, e os que representam interesses não-democráticos ou autocráticos.";
- “As redes sociais aumentaram de forma radical a quantidade de informação em tempo real que hoje temos sobre os conflitos no mundo. Isso é um avanço importantíssimo.
O lado negativo é aquilo a que eu chamo a “ilusão da informação perfeita”, que é acharmos que, por causa das redes sociais, sabemos rigorosamente tudo o que se está a passar no mundo.”;
“… apesar de sabermos hoje muito mais sobre o que está a acontecer nos conflitos no mundo, continua a haver enormes pontos cegos sobre os quais pouco ou nada é reportado. E negligenciar esses pontos cegos é tão perigoso hoje como era há 50 anos.”.
Paula Rodrigues