Artigo:A GESTÃO DEMOCRÁTICA NÃO É COISA DE SOMENOS

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O ambiente que se vive em cada uma das escolas é também um fator que explica o seu maior ou menor sucesso. Um relacionamento positivo entre os professores (e educadores) ajuda a criar dinâmicas interessantes de trabalho. Mas o tipo de relacionamento entre os docentes e quem gere a escola/agrupamento é determinante para o bem- estar na escola.

Os professores têm necessidade de se saberem respeitados, de saber que as suas opiniões são tidas em conta, de se sentirem representados por quem elegem.

Ao concentrar todos os poderes práticos num órgão unipessoal – o diretor -, ao permitir que o diretor presida ao Conselho Pedagógico – que ele próprio indicou-, ao reduzir o Conselho Geral a um órgão pouco mais do que decorativo, o atual modelo de gestão anulou na generalidade dos docentes o sentimento de pertença, o sentimento da construção de algo de importante e “próprio”. Ao relacionamento entre pares, a alguns dos quais se concedeu democraticamente o poder,sucedeu o relacionamento hierárquico chefe-subordinado, típico de um modelo empresarial. É um modelo que empobrece as escolas; os professores – todos, mas sobretudo os mais antigos – não podem sentir-se satisfeitos com um modelo de escola muito longe do desejável.

As alterações agora propostas pelo MEC não alteram a natureza da questão. Mas é importante aproveitar a oportunidade da sua discussão pública para retomar a exigência da democratização da escola, nomeadamente combatendo a figura genérica de um qualquer diretor e exigir um conselho pedagógico constituído por docentes eleitos para o efeito de entre os seus pares.

António Avelãs