A FENPROF na linha da frente do combate à extrema-direita e ao neofascismo
André Carmo
Amigos, companheiros, camaradas,
Num tempo de rápidas mudanças como o que vivemos, em que muitos cavalgam o ressentimento, a desesperança e a falta de horizonte de futuro, e regressam a extrema-direita e o neofascismo, é bom saber que a FENPROF e os seus sindicatos estão unidos no combate contra as forças políticas que lideram o retrocesso social.
Sem tibiezas nem tacticismos. Sem hesitações e sem deitar borda fora princípios fundamentais e valores inegociáveis como são os da valorização da educação e da ciência, do trabalho digno, da democracia plena e da justiça social, do combate a todas as formas de desigualdade e discriminação, que fazem parte do património histórico do sindicalismo que não trai, da FENPROF e dos seus sindicatos.
Se há linha vermelha que devemos sempre reafirmar, sem equívocos nem ambiguidades – e isto é feito na Proposta de Programa de Ação apresentada pelo Secretariado Nacional da FENPROF –, é a que separa aqueles que estão com a escola pública, com um ensino superior e uma ciência valorizadas, contra todas as formas de precariedade laboral e recuo das liberdades académicas, e aqueles que, de forma mais ostensiva, boçal e embrutecida ou mais dissimulada mas não menos nefasta, tudo fazem para desmantelar aquilo que foi conquistado ao longo de décadas de luta e ação coletiva.
Não pode a FENPROF nem os seus sindicatos ser tolerante com os intolerantes, nem dialogar com quem cultiva o discurso de ódio e a demagogia, quem promove a desinformação e as fake news, com quem corrói a democracia existente e as suas instituições, com quem procura dividir os trabalhadores, atomizá-los e alimentar o individualismo militante e o darwinismo social, para poder fazer avançar as suas agendas regressivas no plano laboral.
Não pode a FENPROF, não podemos nós, deixar de continuar a desenvolver uma pedagogia e uma cultura política do esclarecimento relativamente à extrema-direita, ao neofascismo e ao Chega, junto de todas as pessoas que representamos mas também daquelas que queremos conquistar para as nossas lutas, valores e princípios.
O movimento sindical é hoje, como no passado, fundamental para o combate pela democracia que se avizinha e pelo fortalecimento de todas as solidariedades. Estou certo de que a FENPROF e os seus sindicatos vão marcar presença na linha da frente contra a extrema-direita e o neofascismo.
A FENPROF não faltou nunca a este combate e não é agora que o vai fazer.
Não naquele jeito “agarrem-me senão vou-me a eles” das bravatas inconsequentes que outros privilegiam em busca de “um lugar ao sol”, mas com trabalho sério, reflexão, mobilização e organização nas instituições. E se não chegamos tão longe quanto desejamos é porque a diabolização da atividade sindical e a precariedade laboral são duas forças poderosas que temos de enfrentar e que muitos abraçam com incontido fervor.
E por isso não podemos baixar os braços e temos de continuar a luta!
Juntos, pela democracia, pela solidariedade e pela justiça social!
Juntos, pela valorização do trabalho no ensino superior e na ciência! Por melhores salários e tolerância zero para com a precariedade laboral!
Juntos, pela liberdade académica, pela liberdade de expressão e opinião!
Por instituições de ensino superior e ciência democraticamente vivas, abertas ao mundo, e não reféns de agendas do tipo empresarial ou derivas armamentistas irracionais e destrutivas.
Viva o Ensino Superior e a Ciência!
Viva a FENPROF e os seus sindicatos!
Viva o 15.º Congresso dos Professores e Investigadores!