João Miguel Tavares, na sua coluna no “Público” de 8 de Setembro, considera que “esta mania de apontar a porta de saída à Grécia é triplicamente chocante” E, no segundo desse conjunto de três razões escreve: “a direita não pode transmitir às pessoas a ideia de Europa resumida à eficácia do euro ou a um conjunto de opções de natureza estritamente económica”. Acontece é que foi mesmo nessa Europa que a direita apostou. Aliás, há em JMT um otimismo não fundado quanto à eficácia do euro. O euro mostrou-se eficaz apenas na defesa de economias fortes – que se têm vindo a fortalecer cada vez mais destruindo as economias mais débeis. Esta Europa da direita destruiu a Grécia, aumentou desmesuradamente a pobreza em Portugal, na Espanha e um pouco por todos os povos europeus. É uma Europa da financeirização económica contra a vida das pessoas. É a Europa que a direita, se não quiser mentir, tem de apresentar como “a sua Europa”. Esta, os povos europeus dispensam-na. Ainda quero acreditar que é possível uma outra Europa.

António Avelãs