Artigo:A escola, José Feliciano Costa (SG FENPROF), Correio da Manhã, 24 de junho de 2025

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A escola

José Feliciano Costa (SG FENPROF), Correio da Manhã, 24 de junho de 2025

As escolas de Ferrado funcionaram nas aldeias rurais da vizinha Galiza, durante muitos anos, começaram no século XIII e perduraram até ao fim do franquismo. O ensino era ministrado por um professor pouco qualificado, normalmente uma anciã da aldeia, na sua própria casa, ou um viajante sem recursos e limitavam-se a ensinar o básico: ler, escrever e contar.

Estas escolas funcionavam nos meses de inverno, quando o trabalho era menos intenso e as crianças não faziam tanta falta para o duro trabalho no campo.

Os pais pagavam por este ensino o equivalente a uma pá de trigo, centeio ou milho, cuja medida era uma caixa chamada Ferrado, daí o nome dado a estas escolas.

Por cá, tivemos algo parecido com isto, escolas onde os mais pobres aprendiam somente a ler, escrever e contar, ensinados por regentes que também tinham pouca instrução.

Felizmente, acabou e passámos a ter uma escola para todos, que mesmo maltratada, permite que qualquer um possa ser alguém.

Para que a Escola para todos continue, é necessário que o ministério que a tutela nela invista, que seja decisor e não mero regulador, como diz o programa do governo.