A educação precisa de valorização
Iniciou-se ontem uma greve por distritos, convocada por um conjunto alargado de sindicatos, que terminará no dia 8 no distrito do Porto. Esta greve teve início ontem no distrito de Lisboa onde teve uma grande adesão com muitas escolas fechadas e concentração às portas da escola, que depois convergiram para uma concentração na praça do Rossio em Lisboa, com a concentração de centenas de professores, como nos dá conta o artigo do jornal Público: “A zanga dos professores não se apazigua com novidades da vinculação”, de Clara Viana e Daniela Carmo.
Neste artigo, José Feliciano Costa, Presidente do SPGL e secretário-geral adjunto da FENPFOF, faz referência às muitas escolas fechadas no distrito de Lisboa e aos milhares de professores em greve que “rondou os 30 mil” em todo o distrito.
Face à elevada contestação dos docentes, o primeiro-ministro não vem anunciar nada de novo e nada que não esteja já previsto na legislação e que não tem sido cumprido pelo governo. No entanto, a classe docente necessita de valorização e respeito: valorização da carreira, abolição dos constrangimentos à progressão, recuperação de todo o tempo de serviço, respeito pelos horários de trabalho, diminuição da burocracia, fim deste modelo de avaliação, um modelo de gestão democrático, fim da precariedade, rejuvenescimento da profissão com uma aposentação digna, e fim ao processo de municipalização. A classe docente precisa de reconhecimento por parte do Ministério da Educação e esse reconhecimento não tem acontecido. As reivindicações não são novas, têm sido exigidas e colocadas em cima da mesa há muito tempo, desde logo com a entrega de um protocolo negocial pela parte da FENPROF ao Ministério da Educação, no início de Agosto, ao qual o Ministro da Educação continua sem dar resposta. O diagnóstico dos problemas está feito, tem faltado vontade política para os resolver e os professores/as não desistem da escola, nem dos alunos, nem da educação. Quem tem desistido é o Ministério da Educação.
A palavra de ordem mantém-se: Ministro escuta, os Professores estão em luta.
Albertina Pena