Artigo:A Educação precisa de alguém que esteja à altura de ter um diálogo sério

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A Educação precisa de alguém que esteja à altura de ter um diálogo sério

José Feliciano Costa
| Presidente do SPGL |

No dia 21 de maio, o ministro montou uma farsa a que chamou negociação; logo na primeira reunião do fecho desta ronda negocial, assinou um acordo com uma estrutura sindical, a primeira a ser recebida nesse dia, que se prestou a alinhar nesta farsa. Só depois reuniu com as restantes organizações, com a mera intenção de que estas plebiscitassem o dito acordo. Algumas organizações prestaram-se à assinatura deste acordo, mas claro que a FENPROF não o fez pois nunca poderia assinar algo que não abrangesse a totalidade dos professores e, neste caso específico, são milhares aqueles não irão recuperar parte ou a totalidade do tempo perdido.

Entretanto, ao fim da tarde, já início da noite e momentos antes de receber a FENPROF, cuja delegação esperava há cerca de 3 horas pelo início da reunião sem que alguém da parte do MECI tivesse a delicadeza de vir cá fora justificar o atraso, o ministro, em direto na comunicação social, afirmou que a FENPROF nunca faz parte da solução e que não tem nem a educação nem os professores na sua agenda. 

Se este ministro se refere às “discussões” que teve com a FENPROF durante as únicas três reuniões existentes neste processo, porque não houve outras, mente descaradamente e as atas e as gravações destas reuniões provam exatamente o contrário. Todas as reuniões decorreram de forma cordata, com a contribuição e apresentação de propostas de alteração aos textos do MECI por parte da FENPROF, num clima de respeito e até com o próprio ministro a solicitar contributos às propostas apresentadas, o que sempre aconteceu.

De facto, o ministro Alexandre ESTEVE MUITO PEQUENO, desrespeitando milhares de professores que confiam nos sindicatos da FENPROF.

A FENPROF solicitou a negociação suplementar para tentar melhorar e corrigir os alcances desta recuperação de tempo de serviço. O ministro confirmou a sua forma de atuar e, mais uma vez, não agiu de boa-fé ao não estar presente na reunião.

Apesar de tudo, esta reunião de negociação suplementar foi positiva porque permitiu alguns avanços; aguardaremos pela redação final do diploma legal e recorreremos à Assembleia da República para a correção dos aspetos negativos do diploma.

De seguida, a FENPROF irá exigir a negociação para tudo o resto. Aliás, o protocolo para essa negociação também já foi entregue, pois este continua a ser o tempo dos professores, da exigência da valorização e do respeito pela sua profissão e pela Escola Pública.

A Educação precisa de alguém que esteja à altura, de ter um diálogo sério com a maior estrutura representativa de professores, no sentido de resolver com urgência os seus problemas, que são muitos. Nós estamos à altura, sempre estivemos. Essa sempre foi e continuará a ser a nossa agenda. 

Texto original publicado no Escola/Informação n.º 308 | maio/junho 2024