Já não é de agora, mas tem vindo a intensificar-se: será que o meu salário se manterá no próximo ano? Será que as regras para a aposentação serão inopinadamente alteradas? Mudarão de novo as regras da avaliação de desempenho? Haverá ou não concursos?

Para nenhuma destas e outras questões será possível dar respostas seguras. De facto, a desconfiança, a total desconfiança nas instituições políticas impede qualquer certeza.Que sentido tem negociar quando se não tem confiança política no interlocutor? Pondo entre parêntesis a questão da má fé negocial (não a afirmo, mas também a não nego), a verdade é que um acordo celebrado entre os professores e o ministério da Educação ameaça ser unilateralmente denunciado: o ministério pretende não o cumprir naquilo que era favorável para os docentes e mantê-lo apenas no que mereceu a oposição dos professores e educadores - um inútil e perverso sistema de avaliação de desempenho. Com que cara e com que “disposição” se voltarão as diferentes partes a sentar para negociar o que quer que seja? Nada nos garante que o dito e acordado venha a ser cumprido. É a desconfiança total. Assim, não há futuro.