A crise renovou o desejo de mudar os impostos (e talvez de os aumentar)
(Público, 29 de março, pgs 2-3)
A questão dos impostos (ou melhor, da justiça fiscal) é sempre central para a economia, mas, ensina-nos a história, ganha particular relevo após as grandes crises.
Pertenço ao grupo dos que não questionam tanto os impostos que pagam como o uso que é feito dos impostos recebidos. E que denunciam a facilidade (quase sempre “legal”) com que magnatas-ladrões (por vezes portadores de comendas e outras distinções estatais) e suas empresas fogem aos impostos (o recente caso da EDP é apenas a ponta do iceberg). É também a questão dos impostos um dos “calcanhares de Aquiles” da União Europeia, incapaz de forçar os gigantes do digital, incluindo a robotização, a pagarem os impostos devidos e aceitando no seu seio países-ladrões que, à custa do dumping fiscal, retiram a outros os impostos que aí deveriam ser pagos.
O texto assinado por Sérgio Aníbal é um texto honesto e esclarecedor do que está em jogo. Até sobre a sempiterna posição daqueles empresários para quem “qualquer imposto é uma distorção, vai ser mau para a economia”.
Vale a pena lê-lo e discuti-lo!
António Avelãs