Artigo:A anormalidade deste 1 de setembro

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A anormalidade deste 1 de setembro

Hoje é dia 1 de setembro. Se tudo estivesse “normal”, as escolas abririam, calendarizariam e preparariam a sua atividade para o ano letivo que começa daqui a 15 dias. Mas isso não vai acontecer. As escolas estão abertas mas muitas não sabem que professores (e educadores) vão ter para o ano letivo que vai começar. Lá se apresentaram professores que estão à espera de saber, através dos concursos de mobilidade, em que escolas lecionarão…daqui a 15 dias. Docentes contratados à espera de saber… se ficam ou se algum docente dos quadros ocupa o seu lugar. Docentes contratados que “roem as unhas” na expetativa de saber o que lhes acontece: colocação (onde? Com que horário?) ou o desemprego.

Esta situação anómala acontece sem qualquer razão “inesperada” que a explique. Nenhum cataclismo. Nem sequer a (desejável) mudança de ministro ou queda do governo. Como explica-la então? Várias hipóteses:

1. Enorme falta de respeito do MEC para com as escolas (que veem prejudicada a preparação do ano letivo), os diretores (que praticamente não conseguiram ter férias e a quem a impreparação do ano letivo preocupa e entristece) e o comum dos professores, sobretudo os que penaram durante o mês de agosto quotidianamente à espera dos resultados dos concursos.

2. Ou a incompetência dos responsáveis do MEC que impossibilitou que os mecanismos dos concursos de colocação dos docentes decorressem nos tempos adequados.

3. Ou a intenção política do MEC de “mostrar” que os concursos nacionais só servem para atrasar as colocações e que, portanto, melhor será que todas elas sejam entregues ao processo de contratação por escola. (Nota: fingindo ignorar a enorme falta de seriedade e de justiça que tem caracterizado a generalidade das colocações por esta via.)

Obviamente, estas disjunções não são necessariamente exclusivas…

Os cidadãos e os serviços públicos, como a Educação, não merecem este tratamento de polé.

António Avelãs