Artigo:9ª Conferência Nacional da CIMH | Sou trabalhadora no ensino particular e cooperativo

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9ª Conferência Nacional da CIMH

Sou trabalhadora no ensino particular e cooperativo

Sandra Barão | Dirigente SPGL

Boa tarde a todos. Uma saudação a todas e a todos os camaradas presentes.

Eu sou trabalhadora no ensino particular e cooperativo, setor que tem sido alvo de vários ataques aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores.

Como tive a oportunidade de referir no 15º Congresso da FENPROF, a possibilidade de caducidade de forma unilateral, pelo patronato, das Convenções Coletivas de Trabalho, no ensino particular e cooperativo, ensino artístico especializado e ensino profissional, tem sido motivo do agravamento das condições de trabalho, principalmente no que respeita aos horários de trabalho, remunerações e desrespeito pelos profissionais deste setor educativo.

Não é por acaso que estamos a assistir à fuga de um elevado número de profissionais do ensino privado para o ensino público, o que é revelador de como neste setor as entidades empregadoras tratam os seus profissionais. Se reclamarmos muito, não temos ordenado ao fim do mês, há poucos recursos financeiros para os aumentos salariais, com desrespeito, desvalorização e não dignificação dos mesmos profissionais.

Não podemos esquecer que estes profissionais são a principal mais-valia de todas as escolas, sejam privadas ou públicas. São estes profissionais que trabalham com os seus alunos os valores do respeito pelo outro, pelas suas diferenças, a empatia, justiça, solidariedade, igualdade e resolução de conflitos de forma pacífica, no caminho para a paz. Trabalho igual, salários iguais, a mesma profissão, os mesmos direitos. Mas este tratamento desfavorável às trabalhadoras e trabalhadores não tem de ser assim.

Temos que levantar os braços e lutar, porque existem bons exemplos.

Eu sou uma mulher sortuda, vivo e trabalho num Concelho de Abril, que implementa a melhoria diária da vida das suas trabalhadoras e trabalhadores. Promove a implementação da igualdade de oportunidades e a não discriminação entre mulheres e homens Um município defensor da qualidade no setor educativo, promovendo acesso à educação para todos a partir dos zero anos.

Neste município, com 2.602 trabalhadores, 1.665 são mulheres, 64%; têm 61 cargos de chefia, 39 são mulheres, 65%.

Apelo à luta pelo respeito a todos os trabalhadores, mulheres ativas, por uma sociedade igualitária, democrática e em paz.

Vivam as mulheres e homens trabalhadores do ensino particular e cooperativo, ensino artístico especializado e ensino profissional.

Viva o SPGL!
Viva a CGTP-IN!
Viva a 9.ª Conferência da CIM, viva a paz!

Texto original publicado no Escola/Informação Digital n.º 46 | junho/julho 2025