Artigo:1º de Maio, sempre!

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1º de Maio, sempre!

Peste, guerra, ditadura...

Eis algumas das sombras mais negras que pintaram o fundo deste esperançoso dia com as cores erradas, a contrastar com a alegria sempre renovada dos milhões de trabalhadores que saíram à rua por esse mundo fora.

Em Portugal, à explosão criadora do 25 de abril, seguiu-se (e segue-se) a sempiterna obra de construir uma sociedade mais justa, necessariamente assente no pilar humano fundamental, o trabalhador comum, todos nós, portanto.

Este é, de facto, o dia daqueles que sabem não poder alienar o seu poder individual e coletivo de construir o futuro, com o risco de outros se apossarem desse direito e o capitalizarem, literalmente, a seu favor. E isto só é possível com sindicatos livres, bem organizados, competentes e independentes da vontade do Governo ou dos patrões.

Contudo, pertencer a um sindicato, ser sindicalista, defender os seus camaradas, é, hoje, em muitas circunstâncias, um risco. De ser despedido, de não ser contratado, de ser, até, motivo de uma inacreditável desconfiança invejosa de alguns dos seus pares.

A estas pressões somam-se a precariedade, a fragilidades dos vínculos laborais e as novas formas de organização do trabalho, incluindo o trabalho à distância, como novos desafios a ultrapassar, a somar à "desideologização" do quotidiano do trabalhador, encarado mais como um igual do seu patrão do que um instrumento colocado ao dispor deste.

A luta continua, pois então.

João Correia