O SPGL deve sair da Confederação de Quadros

Há que reconhecer que a Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos Científicos não desenvolve actividade, sob qualquer forma, especialmente relevante que justifique a participação, designadamente a nível financeiro, do SPGL. O montante disponibilizado pelo Sindicato aproxima-se das duas dezenas de milhares de euros por ano.
Se este é um argumento que faz o consenso para que o SPGL não se mantenha na Confederação importa contudo ir mais além na análise e correcção da posição de saída desta Confederação.
E coloca algumas interrogações atendendo a que a Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos pareceria ser à partida uma organização correspondendo a uma necessidade de representatividade e de realização de um importante sector de trabalhadores: os quadros técnicos e científicos.
Contudo interroguemo-nos:
A generalidade dos professores, dos sócios do SPGL sabe o que é, o que faz, o que pretenderia fazer esta Confederação? O que fez a Confederação para se “afirmar” junto dos professores?
Para além dos professores, os quadros propriamente ditos (genericamente engenheiros, médicos…) conhecem-na, são associados, consideram-na representativa dos seus interesses?
A resposta negativa a estas questões implica a conclusão da falta de representatividade, do que, na melhor das hipóteses, foi uma tentativa frustrada de trazer os quadros à participação na vida associativa e social, como o movimento sindical as entende.
De facto, a existência da Confederação de Quadros pode ter uma leitura mais negativa – como sendo uma via incorrecta, “paralela” a algumas organizações com alguma representatividade e que não seguem a orientação do movimento sindical.
Nestas circunstâncias sair da Confederação de Quadros é acabar com um equívoco, com posicionamento sindical incorrecto e que devemos recusar: o de que é correcto ou sequer possível desenvolver actividade sindical sem a participação dos interessados, e que em sectores débeis nessa intervenção é possível superar essa debilidade criando organizações vazias, não representativas e pagas pelo movimento sindical em nome de uma falsa solidariedade. Sair da Confederação Portuguesa de Quadros é assim recusarmo-nos de participar numa organização que não tem interesse para os professores nem para o SPGL.

Apelamos aos professores sócios do SPGL que votem pela saída da Confederação Portuguesa de Quadros.

A Direcção do SPGL