Vinte e Oito horas!

O maior sindicato alemão, o IG Metal, defende e propõe 28 horas de trabalho semanal, distribuídos ao longo de 4 dias e sem redução salarial.

Paradoxalmente, enquanto por cá, os alemães da Volkswagen, a que chamamos Autoeuropa, tentam impor o alargamento da semana de trabalho, na Alemanha, o IG Metal, da indústria metalúrgica e de engenharia, com quase 4 milhões de associados, luta por condições de trabalho que conduzam a um maior equilíbrio na vida dos trabalhadores e das suas famílias.

Sindicatos fortes e representativos permitem reivindicações de alcance social vanguardista e visionário e são a única maneira de defender, de forma justa e adequada, a plena e equilibrada integração dos trabalhadores no mundo laboral.

Numa altura em que urge equacionar os avanços tecnológicos, Inteligência Artificial e Robotização, a distribuição da riqueza produzida e a criação e manutenção de postos de trabalho, reivindicações que visem repartir por muitos o "pouco" trabalho disponível, por mais que no-las queiram fazer parecer despropositadas, revelam uma profunda preocupação com o futuro e são sempre muito bem vindas. Para além disso, revigoram e dão alento para os combates breves que teremos inexoravelmente de travar.

Ricardo Furtado