Uma vergonha!
Tive dúvidas no título a dar a esta nota do dia. Ocorreram-me várias hipóteses: Promiscuidades, falta de decoro, bom senso em vias de extinção, fazer pela vidinha, Maria empregada e Maria patroa, estava-se mesmo a ver…
Fica uma vergonha, porque é mesmo isso: vergonhoso.
Vem isto a propósito da contratação de Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças de Passos Coelho, atual deputada e ontem anunciada como administradora não-executiva de uma empresa especializada em gestão de crédito com clientes como o Banif, o Millennium BCP e o Montepio, bancos que tutelava até há três meses.
É claro que a ex-ministra não vê qualquer incompatibilidade entre as funções que exerceu enquanto ministra e as que exerce agora enquanto deputada e o novo job.
É tudo eticamente inatacável, umas e outras funções perfeitamente compatíveis – tipo Maria-empregada e Maria-patroa, nuns dias defendendo o erário público e noutros trabalhar comos novos patrões para descobrir o melhor meio de “sacar” mais uns milhões de euros a esse mesmo erário público – tudo compatível com as funções que exerceu e exerce.
Infelizmente não é caso único no panorama português nem mundial.
De tal modo que um amigo meu perguntava “quem será o próximo” a ter a mesma desfaçatez e pouca vergonha?
Manuel Micaelo