Artigo:Professores da Madeira com redução de Horário - in Publico, 7/09/15

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Professores da Madeira com redução de Horário

informa o Público de 7 de setembro, na página 12. O texto esclarece que "os professores da Madeira vão começar o ano lectivo com uma redução semanal do horário de trabalho de 40 para 35 horas e com a avaliação externa suspensa". E mais à frente informa que esta redução não significa menos aulas por semana a que o professor está obrigado. 

A notícia suscita dois comentários: a redução do horário legal de trabalho para as 35 horas semanais é uma luta justíssima que os trabalhadores da administração pública têm vindo a desenvolver: Passar de 35 para 40 horas não aumentou uma vírgula que seja na produtividade do trabalho desenvolvido e só pode ser entendido como um castigo imposto por este governo, cuja sanha contra os trabalhadores da administração pública atingiu níveis inacreditáveis. E deve obviamente ser estendida às empresas: ainda recentemente a comunicação social informava que os portugueses trabalham bastante mais horas que os alemães  e a média europeia (o que não significa mais produtividade). No caso dos professores, a luta pelas 35 horas é praticamente simbólica: na sequência da luta sindical, o aumento de 5 horas imposto pelo governo foi transferido para a componente individual de trabalho, sendo que, em regra, trabalhamos mais que as 40 horas. Mas o regresso legal às 35 horas - que continua a ser um objetivo nacional dos docentes - tem um estimável valor simbólico. Esta redução consta do programa eleitoral dos partidos de esquerda - também aqui há que derrotar esta direita sempre disposta a piorar as condições de trabalho aos portugueses.

Um segundo comentário sobre  "suspensão da avaliação externa" (vulgo, aulas assistidas). É aconselhável que "no continente" se vá no mesmo sentido. Sobretudo há que refletir: que vantagens trouxe para o ensino o imbróglio em que desde Maria de Lurdes se tornou este modelo de avaliação dos professores? Vale mais simplificá-la e fazer dela algo que seja útil para a profissão e para as escolas. 

António Avelãs