Artigo:PERGUNTAS DE UM NÃO ECONOMISTA SOBRE O BANIF

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PERGUNTAS DE UM NÃO ECONOMISTA SOBRE O BANIF

Ao contrário de Maria Luis Albuquerque, de Cavaco Silva, de Carlos Costa e de outros, não sou economista nem ando por lá perto. Como a maioria dos portugueses. Sei que uma parte dos impostos que pago – porque os pago e todos os que devo pagar –, tal como milhões de portugueses, vão ter de ser usados para pagar a falência (ou resolução, ou o que lhe queiram chamar) de um banco fundado há poucos anos por um empresário muito rico - Horácio Roque - numa festa muito publicitada em que marcou presença o economista Cavaco Silva. Dizem-me que os problemas do banco começaram com as desavenças entre os herdeiros do fundador após a sua morte. De tal modo que em 2013 o Estado teve de intervir para salvar o banco: foram injetados 700 milhões de euros, mais uns 400 milhões nuns papéis comerciais. O banco passou a ter maioritariamente capital público. Mas o Estado parece ter prescindido da sua gestão, mantendo-a nas mãos dos privados. Dizem-me também que desde 2013 os burocratas de Bruxelas insistiam numa solução por considerarem o banco inviável. E que recusaram oito projetos de solução! E que a solução que os responsáveis portugueses preferiam – a integração do banco, devidamente recapitalizado, na Caixa Geral de Depósitos – não foi aceite por Bruxelas.

Passemos então às perguntas:

- Maria Luis Albuquerque arrastou até ao absurdo a situação do BANIF por negligência, por incompetência, ou porque eleitoralmente não dava jeito informar os portugueses da situação?

-Cavaco Silva, presidente que constantemente invoca a sua competência nas áreas da Economia, assistiu calado a tudo isto. Porquê?

- A troika esteve por cá, tratou de muitos assuntos, mas não se deu conta do problema BANIF ?

-Assiste-se impavidamente à não aceitação por Bruxelas de oito projetos e nada se faz?

- Que raio de Europa é esta que impede as soluções que os governantes dos Estados consideram as melhores para resolver os problemas dos seus países?

- Por que publicou a TVI notícias então falsas que provocaram uma desenfreada corrida aos depósitos do BANIF? (Dizem-me que um dos acionistas da TVI é o Santander. Serviço combinado?)

Sussurram-me que há outros bancos em situação periclitante. Já gastámos 12 mil milhões de euros dos nossos impostos para salvar bancos privados. Ainda não chega?

António Avelãs