Pequena Nota sobre a Estupidez Lusitana:
Risco Sísmico em Lisboa: "É como estar em cima de um barril de pólvora"
A corrupção tem destes efeitos colaterais.
Não apenas a corrupção juridicamente estabelecida, mas também aquela corrupção de carácter de que enfermaram todos os partidos políticos (sem exceção digna de nota, pelo menos de que eu tenha dado conta), os quais ao longo de toda a nossa democracia nunca acharam verdadeiramente prioritário defender os portugueses, incluindo eles próprios, do mais previsível e certo acontecimento, um terramoto devastador.
Há décadas que o problema é denunciado pelos especialistas, e nem políticos nem comunicação social acham que tal assunto deva ocupar mais umas quantas décimas do orçamento ou uns quantos segundos de antena nesse oráculo mestre do povo, a TV. Agora também, diga-se, a internet.
Também digno de nota, a nossa inoperância colectiva, em particular dos ditos intelectuais, como nós, professores, devidamente arregimentados para fazer face às agruras do downgrade neoliberal, mas incapazes de um gesto que seja para prevenir que o chão nos fuja literalmente debaixo dos pés, e o céu da urbanidade nos caia no trombil. A nós, aos nossos filhos e todos os que amamos.
Ó Zé Alberto Marques, estás por aí pá? Não queres canalizar um pouco do pathos reinvidicativo para as esferas da Tectónica de Placas, invectivando a quem de direito, o direito a mais umas quantas vigas de aço e uns rolos de verguinha acimentada?
Há qualquer coisa de profundamente errado nas prioridades existenciais do Homo sapiens, e esta é apenas mais uma evidência.
Que nos valha uma santa qualquer ainda não inventada. Ou já existe?
João Correia