Pagar os salários "a tempo e horas" será pedir demais?

O “Correio da Manhã” de domingo passado (21 de fevereiro) noticiava, numa breve nota em páginas interiores, que professores das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) de escolas na zona de Sintra estavam há meses sem receberem o seu magríssimo salário. Infelizmente, em outras zonas do país acontece o mesmo. Esta situação, de resto, não é nova.
Estes professores (ou técnicos) vivem uma situação muito precária. Para conseguirem um ordenado minimamente decente, quando tal conseguem, têm de deslocar-se entre várias escolas. Não lhes pagar no dia certo o salário provoca, como à maioria dos docentes, situações delicadas de incumprimento das suas obrigações para com terceiros. Mesmo nesta sociedade onde os direitos de quem trabalha vêm sendo sujeitos a “tratos de polé”, há que ter “linhas vermelhas”: e pagar a tempo e horas os salários devidos é o mínimo que se pode exigir.
Não deverá a inspeção intervir?

António Avelãs