Artigo:Os trabalhadores das Misericórdias exigem aumentos salariais dignos

Pastas / SPGL / Setores / Ensino Particular e IPSS

Os trabalhadores das Misericórdias exigem aumentos salariais dignos

A Comissão Negociadora Sindical (FNSTFPS – Federação e Sindicatos da Função Pública, FENPROF – Federação e Sindicatos dos Professores, SEP – Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e STSSS- Sindicato Técnicos Superiores de Saúde), como é do conhecimento, apresentaram à UMP uma proposta de aumento salarial para 2018, tendo por base o último nível da tabela salarial (o mais baixo) para o valor de €600.

Contraproposta da UMP

Porém, na primeira reunião de negociação, a UMP apresentou uma contraproposta de 0,4% de aumento em relação aos valores que ainda são de 2016, alegando falta de verba, que o mesmo será dizer que, por exemplo, na Tabela A todos os Índices até ao XII, serão absorvidos novamente pelo SMN – Salário Mínimo Nacional, em quase todos os Escalões constituindo já um processo vicioso na seguimento de uma política de baixos salários.

Outros exemplos: para quem ganha €600 o aumento seria somente de €2,40, ou para quem ganha €1000 o aumento seria de €4, o que em nada dignifica o trabalhador, nem mesmo o setor social.

No que respeita aos docentes importa relembrar que desde 2010 não existe qualquer aumento nas respetivas tabelas salariais, apesar do financiamento da educação para as instituições ter tido um aumento de 0,6% em 2017.

Reunião no MTSSS - Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social

Em presença do Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, envolvendo também o MTSS e a UMP, a comparticipação financeira teve um aumento de 2,1% para o ano 2017 e 2,2% para 2018, para cobrir despesas de acordos de cooperação em áreas estratégicas, nas mais diversificadas respostas sociais, pelo que se entendeu solicitar reunião com o MTSS, que decorreu no passado dia 12 de Julho/2018.

Nesta reunião, a parte sindical foi muito clara, objetiva, responsabilizando politicamente o Governo, e neste caso o MTSS, pelo facto de nesses compromissos financeiros não constar uma preocupação em torno dos trabalhadores que são, afinal, quem executam as funções sociais, nem uma rubrica ou item sobre as despesas salariais, o que leva as Instituições não sentirem o dever de dignificar os trabalhadores.

Mais se disse que a UMP, ao propor um aumento de miséria de 0,4%, não demonstra boa vontade em negociar seriamente, desprezando os trabalhadores, o principal pilar que sustenta as instituições do setor social, numa clara intenção de provocar o conflito negocial.

Nesta reunião estiveram os Srs Secretários de Estado do Emprego e, também da Segurança Social, que pouco disseram, a não ser justificar e repisar os compromissos financeiros com as instituições do setor social, como relevantes para a sociedade. Mas, quanto aos trabalhadores nada disseram de salvaguarda, colocando-se à parte.

A luta é o caminho

As negociações vão continuar, as exigências a as propostas sindicais em torno dos salários vão ser reiteradas, não se aceitando qualquer aumento salarial de miséria.

E, se necessário for, encetaremos formas de luta

Basta de tanto desprezo! Exigimos dignidade!

Julho/2018