Artigo:O meu livro quer outro livro - "Adelaide" - Ágata Pereira

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Em 7 de Dezembro, decorreu mais uma sessão de “O meu livro quer outro livro”, na sala ABC, na Sede do SPGL. Esta sessão foi organizada dentro da programação do Departamento dos Professores e Educadores Aposentados.

“Adelaide” foi o tema desta sessão. Ágata Pereira, sócia do SPGL e autora desta obra, fez-se acompanhar por Irene Sá, a ilustradora.

A autora falou do trabalho conjunto com Irene Sá para a elaboração deste livro, que percorreu um caminho longo, trabalhado e pensado.

Revelando capacidades caraterísticas de uma professora, fez uma leitura graciosa e expressi va do texto, com uma bela dicção que encantou os presentes.

Irene Sá, a ilustradora, falou da forma como nascem as suas ilustrações e da preparação das mesmas, que se inicia, de acordo com a sua expressão, com “gatafunhos”.

Referiu o cuidado que dedicou às personagens e as várias técnicas utilizadas, desde as colagens, às aguarelas e aos lápis de cor em papel de arquiteto.

Para explicar esta técnica fez circular pelos presentes os esboços que tinha utilizado. Foi um momento motivador para este público sensível a experiências como esta, que fez reviver momentos pedagógicos tão ricos no passado profissional destes docentes.

Ágata Pereira falou, então, da “viagem” que o livro tem percorrido em horas de conto, oficinas

de teatro ou bibliotecas escolares, sempre com a presença das autoras e solicitada pelas escolas.

Terminada a intervenção das autoras, alguns presentes manifestaram-se sensibilizados pelas qualidades pedagógicas do conto. Maria da Cruz Pintão e Maria José Raposo falaram das potencialidades da obra e das suas autoras, não só na interdisciplinaridade utilizada na apresentação, como nos recursos estilísticos do texto, tais como a repetição ou a rima. É uma obra que prende as crianças e os adultos, porque, relativamente a estes, fez reviver experiências pessoais, vividas e guardadas no imaginário pedagógico dos colegas presentes.

Irene Sá referiu ainda que, sendo um livro contemporâneo (onde encontramos uma princesa de caracóis castanhos, o que não é muito comum…) recorre a elementos da literatura tradicional, que encantam sempre as crianças.

As autoras confidenciaram que há mais histórias na forja. Vamos estar atentos.

Foi um momento de encantamento que nos fez acreditar que ser professor é mesmo querer “dar rosto ao futuro”. Tratando- se de uma professora atual, mergulhada em papeis burocráticos, muito apreciados por alguns nos nossos dias, revela-se uma artista motivada pelo que quer criar para as crianças, que valoriza uma princesa que conhece o mundo através da leitura, ao mesmo tempo que se deixa conquistar por alguém que lhe propõe um caminho de partilha escolhido em comum.

Leonoreta Leitão, que tanto tem contribuído para enriquecer estas sessões, falou sobre uma experiência vivida em 1972, com uma peça de teatro, preparada, por professoras, na escola Francisco Arruda. “As bruxas da Arruda”. O texto era uma crítica ao estágio pedagógico de então. Elucidando como os tempos eram diferentes, contou que o Diretor Geral do Ensino Básico de então censurou o texto e proibiu a sua apresentação. Este texto será publicado no seu 2º volume de Memórias.