Artigo:O meu livro quer outro livro - 05/12 - 15h30 - com Carlos Castilho Pais

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O meu livro quer outro livro - 05/12 - 15h30 - com Carlos Castilho Pais

Folha de Sala

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Em 5 de dezembro de 2018, realizou-se mais uma sessão de “ O meu livro quer outro livro”. Desta vez, o convidado foi Carlos Castilho Pais.

Doutorado na área de Estudos Portugueses, na especialidade de Estudos de Tradução, é docente na Universidade Aberta, desde 1989.

Escreveu:

Teoria Diacrónica da Tradução portuguesa;

António Feliciano de Castilho, o Tradutor e a Teoria da Tradução;

Aspectos de la traduccion oral em Portugal en el sigloXVI;

Seis Estudos sobre la traduccion en los ciglos XVI y XVII;

Apuntes de Historia de la traduccion portuguesa;

À Luz da Flor da Amendoeira.

Foi sobre esta última obra que o autor se debruçou nesta sessão.

No início da sessão, Margarida Lopes informou da dificuldade em divulgar as ações do Departamento, uma vez que a empresa que envia os emails ameaça não continuar o envio, devido ao número excessivo de emails.

Manuel Vasconcelos atualizou a informação sindical. Para os aposentados, mantém-se o aumento automático normal e para os funcionários públicos no ativo, quanto aos docentes no ativo ainda não se sabe o que se vai seguir à aprovação do Orçamento, sendo certo que foi aprovada, na Assembleia da República, uma proposta para que a contagem do tempo de serviço volte a ser negociada com os professores.

No momento da troca de livros, Leonoreta Leitão apresentou o livro de poesia “Os poemas possíveis” de José Saramago. E Helena Gonçalves leu o poema que Eugénio de Andrade dedicou a Vasco Gonçalves – O Comum de Terra.

Em seguida, Odete Cruz apresentou o convidado, amigo de há muitos anos, como um professor ativo, muito querido dos alunos ,um professor, ator e poeta.

Maria do Céu Marques, também professora da Universidade Aberta, fez a apresentação de Carlos Castilho Pais.

Ilustrou a sua apresentação com alguns poemas do autor, dos quais destacamos : “Para José Saramago”.

Um homem vem e é o Outono

No último dos meses

O inverno chega e é um homem

A imaginar mil vezes

Ao iniciar a sua intervenção, o convidado afirmou que o SPGL é, há muitos anos, o seu sindicato. Agradeceu a presença de todos.

Abordando o tema da poesia, Carlos Castilho Pais afirmou que “já ninguém compra poesia, o que também não é mau, porque a poesia não deve vender-se”. “A poesia é uma coisa íntima” mas, “também o íntimo está a desaparecer cada vez mais.”

Sobre a sua obra ”Descolonização” , que não se encontra à venda, o autor esclareceu que é preciso que descolonizemos o interior”.

Criticou os poetas que não se lêem uns aos outros e ainda o facto de ninguém hoje escrever um soneto o que se deve em parte à atual preferência dada ao ”verso livre”.

Carlos Castilho Pais, falando da obra “À luz da flor da amendoeira”, disse ser um projeto feito com um amigo, Gregório Muelas Bermudez, edição da Karima Editora.

Trata-se de um conjunto de 50 “kaikus” escritos pelos dois autores, tendo os dois traduzido os poemas de cada um para a sua própria língua.

O “kaikus ” é uma forma de poema tradicional no Japão. São três versos: o primeiro deve ter cinco sílabas, o segundo deve ter sete e o terceiro deve ter cinco. Não tem rima. É um poema “do instante, do quotidiano, muito ligado à filosofia oriental.

O autor leu alguns poemas do seu livro.

Seguiu-se uma interessante participação de alguns dos presentes, sobre temas como: “o que é fazer poesia hoje?” ou “Ler ou ouvir dizer poesia?”

Margarida Lopes agradeceu a presença dos convidados e convidou os presentes para um momento de convívio à volta de uma mesa guarnecida de saborosos mimos, trazidos por alguns dos presentes.

E assim terminou mais uma tarde cultural organizada pelo Departamento de Professores e Educadores Aposentados do SPGL.