Artigo:Nº 230 Junho/Julho de 2009

Pastas / Informação / Escola Informação

Editorial

António Avelãs

Somos um sindicato, não somos um partido!

1. Somos um sindicato, não somos um partido político. Como acontece com todas as organizações sociais, a nossa acção tem incidências políticas e é só nesse sentido que pode dizer-se que fazemos política. Ao longo dos quase 4 anos que já leva esta legislatura combatemos as medidas de um governo que afrontou e quis humilhar os professores e educadores, que causou enormes danos ao nosso sistema educativo, que fez da maioria absoluta que os eleitores lhe concederam uma arma de arrogância e prepotência, a que, pelo menos na área da Educação, se deve somar a total incompetência prática e a falta do mais elementar bom senso da equipa ministerial. Como não podia deixar de ser, os professores e os educadores reagiram com firmeza. É muito provável que tenham punido eleitoralmente o PS e contribuído para a sua derrota nestas eleições Em bom rigor, porém, deve dizer-se que foi o PS que se prejudicou eleitoralmente a si mesmo com a política, a atitude e as medidas contra os professores que insistiu em pôr em prática. Esperamos que o governo que resultar das próximas eleições legislativas, ainda em 2009, tenha uma postura e uma prática radicalmente diferente da que foi assumida pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues. O SPGL continuará orientado por um objectivo claro: defender, com os professores e com os sindicatos da FENPROF (e, se for possível, com a Plataforma Sindical) os direitos e a dignidade da profissão docente - trabalhem os professores e educadores em escolas públicas, privadas, cooperativas ou em instituições de solidariedade social - e a qualidade da escola pública, pilar fundamental de uma sociedade mais justa e mais humana. Independentemente de qual seja o governo que tenhamos que enfrentar, e com a consciência plena de que, apesar de não sermos um partido político, a nossa intervenção terá sempre incidências e consequências de natureza política.

2. Panorama diferente é o que se vive no Ensino Superior. No momento em que escrevo este editorial, as negociações ainda não terminaram – quer a FENPROF quer o SNESUP requereram a negociação suplementar legalmente prevista. Mas o modo como as negociações estão a decorrer permitiram que a FENPROF afirmasse já, em comunicado dirigido à comunicação social, que “quanto às futuras carreiras, importa reconhecer que há significativos aspectos positivos, muitos dos quais conquistados com uma atitude reivindicativa e responsável assumida pela FENPROF…” A principal divergência assenta no regime de transição dos docentes do Politécnico e dos leitores que se encontram com contratos precários a exercer funções permanentes – e será essa a questão em debate na negociação suplementar requerida. Mas quem olhar para o modo como decorreu esta negociação das carreiras do Ensino Superior, dirá que Mariano Gago e Lurdes Rodrigues não pertenceriam ao mesmo governo…

3. Este é um número do EI em grande parte dedicado às eleições para os corpos gerentes do SPGL que decorreram no passado dia 19 de Maio. Os resultados e as análises aí estão. É meu dever, em nome da direcção do SPGL, felicitar os sócios do nosso sindicato que votaram (e lamentar que muitos o não tenham feito), agradecer muito particularmente aos candidatos das diversas listas e a todos os que asseguraram as mesas eleitorais e os trabalhos do escrutínio – incluindo aqui os trabalhadores do SPGL. Temos todos que nos empenhar em construir um SPGL ainda maior, ainda mais forte e que será ainda mais democrático se todos participarmos, como é nosso dever, na sua vida interna e na tomada de decisões. Ao trabalho!

E boas e merecidas férias: até Setembro!