Artigo:JORNADAS PEDAGÓGICAS VISITA Nº15 (2016)

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Património - Ruínas de S. Cucufate - História
Alguns materiais encontrados no decurso das escavações arqueológicas realizadas em S. Cucufate demonstram que este local foi habitado anteriormente ao período romano. Dada a ausência de estruturas e a relativa escassez de espólio recolhido, não existem grandes dados sobre esta primeira ocupação, que datará do Neolítico Final – ou seja, entre os últimos séculos do 4º milénio e os primeiros séculos do 3º milénio a. C..
É durante a época romana que o local irá conhecer uma duradoura e marcante ocupação. Aí se instalou, no séc. I d.C., uma villa, isto é, uma exploração agrícola de uma certa dimensão, integrando a residência do proprietário, habitações para os seus criados e escravos, armazéns, celeiros, adegas e lagares: o proprietário podia aí residir, pelo menos durante parte do ano, organizavam-se os trabalhos necessários à produção, armazenavam-se e transformavam-se os produtos da terra que lhe pertencia.
A residência senhorial desta primeira instalação foi-se, progressivamente, monumentalizando, tendo passado por duas grandes campanhas de obras. Uma primeira, no século II, mais tímida, e uma segunda, em meados do século IV, que denuncia uma rutura com o modelo arquitetónico seguido no decurso dos séculos anteriores. A tradicional casa romana, fechada sobre si mesma e centrada sobre um ou mais pátios interiores (“casa de peristilo”), substitui-se, então, por uma arquitetura de ostentação, aberta ao exterior, de desenvolvimento linear, em que as fachadas são valorizadas pela multiplicação dos vãos como elemento de ligação entre os espaços interiores e o exterior. São desta última fase os vestígios que, ainda hoje, testemunham a grandiosidade e opulência de uma época que se aproximava do seu fim. O fim do Império Romano, nos inícios do século V, não ditou, porém, o abandono definitivo deste sítio. Aí se instalou, em data incerta da Alta Idade Média, um mosteiro consagrado a S. Cucufate. Com algumas descontinuidades, transformações e adaptações, a ocupação deste mesmo espaço prolongou-se até aos finais do século XVIII, tendo-se utilizado parte da casa romana como igreja, decorada em sucessivas épocas com pinturas murais. Foi esse aproveitamento da habitação romana durante os séculos posteriores que, permitindo a sua manutenção e conservação parcial até aos nossos dias, faz de S. Cucufate um caso ímpar no conjunto dos sítios arqueológicos romanos de Portugal.

Património - Museu da Casa do Arco - História
Em tempo incerto, provavelmente à data da sua fundação, a Casa do Arco foi um estabelecimento prisional masculino, o que deixou algumas marcas no edifício, nomeadamente o gradeamento que as janelas do piso inferior ostentam, constituindo-se como imagem de exceção no conjunto arquitetónico do povoado e mais propriamente da Praça 25 de Abril. Até meados do século XIX o edifício terá servido de habitação a uma rica família alentejana, conhecida pelo nome de Souto Maior. Entre 1935 e 1937, funcionou aqui uma delegação da Mocidade Portuguesa para logo depois, e até à década de 50 do século XX, o edifício ser arrendado à “Direcção da Sociedade dos Altos”, local de festejos e encontro das gentes menos endinheiradas da vila, tendo nascido como alternativa à “Sociedade dos Ricos”, localizada no largo mesmo ali ao lado, mas onde a entrada do "povo miúdo" era negada. Atualmente propriedade da Câmara Municipal de Vidigueira, a casa foi cedida ao Ministério da Cultura, que realizou obras de beneficiação e adaptação, na sequência das quais aí se instalou a exposição permanente A villa de S. Cucufate, onde se encontram patentes os materiais mais representativos recolhidos durante as diversas campanhas de escavação realizadas naquele sítio arqueológico. Organizada por temas – que correspondem, fundamentalmente, às diversas atividades que compunham o quotidiano de quem habitou o local – a exposição procura essencialmente transmitir ao visitante uma imagem do dia a dia de uma propriedade agrícola em época romana remetendo, a partir dos objetos inanimados, para os homens e mulheres que habitaram aqueles lugares. A memória dos frades que habitaram este espaço, transformado em mosteiro com o advento do cristianismo, corresponde à parte final da exposição.
A Casa do Arco conta, ainda, com uma pequena sala polivalente, que funciona como auditório ou sala de exposições temporárias, criando novos motivos para a visita deste equipamento.
A gestão do espaço é assegurada, conjuntamente, pela Direção Regional de Cultura do Alentejo, Câmara Municipal de Vidigueira e Junta de Freguesia de Vila de Frades.

Vidigueira, a capital do pão alentejano
Nesta região do Alentejo é notória a influência dos vários povos, principalmente dos romanos e árabes. Ao longo dos séculos o pão marcou a alimentação, numa constante presença em todas as mesas, mais ou menos abastadas.
O pão tem especial relevância na cozinha tradicional onde é um elemento muito predominante e imprescindível em quase todos os pratos da gastronomia alentejana. Açordas, migas, gaspacho, ensopados e muitos outros pratos são confecionados à base do pão.
As culturas de trigo, centeio e milho na região da Vidigueira produzem a matéria-prima de qualidade essencial para manter o sabor e textura do pão tradicional. Atualmente, devido ao aumento da procura deste produto regional, a panificação passou a ser cada vez mais industrial. Mesmo assim, no município ainda existem padarias familiares que preservam a arte de amassar, tender e cozer o pão em forno de lenha.
A Vidigueira adquiriu recentemente a denominação de "A capital do pão alentejano", destacando este produto pela sua qualidade e tradição associado ao município.

Museu Municipal da Vidigueira
Localizado no emblemático largo Vasco da Gama, no remodelado edifício da pitoresca antiga escola primária, o Museu Municipal de Vidigueira constitui um marco nos espaços culturais de todo o distrito.
Preservando a memória do próprio edifício, este espaço museológico está organizado em dois grandes núcleos temáticos e de leitura independente. No primeiro núcleo encontra-se retratada a história do ensino primário no concelho, através da história da própria escola onde se encontra o espaço, desde a inauguração do edifício em 1884, até 1991, ano em que findou a sua utilização para este fim.
Passando para o segundo núcleo, é oferecida ao visitante uma visão do quadro económico das décadas de 30 e seguintes, através dos ofícios de que se ocupavam os habitantes do concelho, desde a agricultura até à indústria.
A coleção etnográfica é composta por um conjunto heterogéneo de objetos provenientes na sua grande maioria de doações particulares, de antigos artesãos, comerciantes, agricultores e pequenos industriais, dispostos a contribuir para a visão global do que foi a Vidigueira e o Alentejo do antigamente.
Este espaço muito contribui para a compreensão cultural, histórica, social e económica da região, proporcionando ao visitante uma experiência única de contacto com temáticas representativas da memória etnográfica da população.


Numa viagem que aproxima a Adega e a sua vila, Vidigueira, a conquistas de outros tempos, à ligação com Vasco da Gama − o Conde da Vidigueira, pretende-se cumprir a promessa de descoberta e afirmação de uma região tão profundamente marcada pela cultura do vinho.
Num percurso que se desenrola em sete atos − e mais alguns − interligámos os nossos vinhos numa viagem pela nossa região, pela nossa cultura e história, numa descoberta, aqui de novos «territórios sensoriais».
Porque cada vinho nos eleva a diferentes estados de alma, ou não fosse a sua degustação um momento único na experiência individual ou partilhada, convidamo-lo a embarcar nesta viagem.
Que se desenrola em atos, descubra-os:
O PRENÚNCIO DA VIAGEM | A PARTIDA | A SAUDADE | A INSPIRAÇÃO | A DECISÃO... esta história continua...
ATO III
A SAUDADE

Passaram já tantos dias… imagino em casa estar, acordar, e no horizonte a planície encontrar, não vendo apenas mar e mar... São duras as tempestades a enfrentar, mas continua forte a sede de novas terras vislumbrar, e aí sim, portugueses destemidos, lá vamos brindar!

 

VIDIGUEIRA DOC TINTO
Classificação: DOC Alentejo
Castas: Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet

Nota de prova: Intimamente envolvidas, as três castas convidam à descoberta da Vidigueira, dos seus saberes e sabores. Cor granada, aroma complexo e intenso a frutos vermelhos, com notas de baunilha e frutos secos. Na boca é encorpado com nuances de café e especiarias, final longo e persistente.
Servir a: 17-19º C.
In site município da Vidigueira e Adega Cooperativa