Fogos

Não pode deixar de ser notícia de grande relevância o anuncio do fim do incêndio que, desde sábado, consumia matas, florestas, casas e vidas, no centro de Portugal. Foi às 07:41h.

Também digno de nota, registe-se, um estudo hoje divulgado, sobre a credibilidade que os diferentes povos dão às noticias a que estão sujeitos. Os Portugueses estão no topo, só superados pelos Finlandeses.

Não conheço bem a qualidade das fontes e das noticias a que os Finlandeses tem acesso e também não estou muito certo das idiossincrasias do povo Finlandês, mas, em relação a Portugal e aos Portugueses, este estado de credulidade em que parece que pairamos, explica muita coisa.

De facto só a crendice em que nos suportamos, talvez por preguiça e/ou para evitar incómodos, pode explicar a razão pela qual nos deixamos governar com base em mentiras. Parece que são, afinal, apenas pós-verdades ou inverdades ou lá que aldrabices lhes chamam agora.

Não somos só nós, claro, Trump governa com base na mentira. Suporta-se em dados viciados e manipulados para sustentar as medidas que quer impor ao crédulo povo Americano e, como pretende, mundial.

Por cá, vendeu-se a queda de um avião no combate ao já citado fogo, para aumentar a carga dramática e manter o foco da notícia.

Nas redes sociais, alguém não identificado, anuncia que "uma comuna", dirigente do sindicato dos professores, terá revelado à "malta" as matérias que sairiam no exame de Português.

Será verdade? Para já, o povo acredita porque o fogo e os incendiários são sempre notícia e alguns fogos, se bem lançados, até ajudam à estratégia da mentira que suporta a governação.

Um professor, sindicalista e, por isso, "comuna" que prevarica no seu dever de confidencialidade, beneficiando os seus alunos, vem mesmo a calhar à estratégia de descredibilização da classe profissional e da escola pública, levando o povo a pensar; são assim e ainda fazem greve.

Aguardemos atentos.

Ricardo Furtado