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Sindicatos acusam Governo de pressionar processos de simplificação nas escolas 
27.11.2008 - 20h59 Lusa

Os sindicatos de professores acusaram hoje o Governo de pressionar os conselhos executivos para iniciar imediatamente os procedimentos de simplificação do modelo de avaliação de desempenho, apesar da sua negociação estar prevista só para sexta-feira.

"O Ministério da Educação está a impor, antes do início da negociação, os procedimentos de um decreto que ainda não existe”, afirmou o porta-voz da Plataforma Sindical da Educação, Mário Nogueira, que falava aos jornalistas em Lisboa, durante uma manifestação de professores contra o processo de avaliação.

Ao terceiro dia de manifestações, depois de os professores sairem para a rua nas capitais de distrito do Norte e Centro (que segundo os sindicatos juntaram mais de 55 mil professores), os protestos prosseguem hoje em Lisboa, Santarém, Setúbal e Caldas da Rainha.

Segundo os sindicatos, 5000 professores estão a manifestar-se em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, para exigir a suspensão do processo de avaliação. "Milu preenche as fichas tu" e "Um, dois, três, já cá estamos outra vez, se isto não resultar haveremos de voltar" são algumas das palavras de ordem usadas pelos manifestantes. A Polícia de Segurança Pública (PSP) não adiantou nenhuma estimativa do número de manifestantes.

"Só a suspensão do actual modelo de avaliação pode desbloquear a situação de profundo conflito do Ministério da Educação com os professores", sublinhou Mário Nogueira, que é também secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

Segundo os sindicatos e a título de exemplo, o Agrupamento de Escolas de Seia, está já a perguntar aos professores se desejam ser avaliados por um docente do seu grupo de recrutamento, se desejam ser avaliados pelo coordenador do seu departamento - portanto, se desejam ser avaliados na componente cientifico-pedagógica - e se o professor deseja ser observado em três aulas.

Mário Nogueira afirma que as Direcções Regionais de Educação estão há cerca de três dias a reunir-se com conselhos executivos e a dizer-lhes que têm de avançar com procedimentos "que nem sequer começaram a ser negociados". Por isso, defende que a negociação do Ministério da Educação "não existe, é um simulacro e uma farsa".

O Governo e os sindicatos de professores reúnem sexta-feira para discutir o processo de avaliação de desempenho. A tutela quer negociar as medidas de simplificação apresentadas na semana passada, mas os professores dizem que em cima da mesa está apenas a suspensão do modelo.

Se esta suspensão não tiver lugar, as acções de luta que estão agendadas para o próximo mês de Dezembro vão, segundo os sindicatos, acontecer. A 03 de Dezembro haverá uma greve nacional, de 09 a 12 haverá mais greves regionais, dia 04 e 05 está marcada uma vigília de 48 horas à porta do ministério, e uma greve na semana das reuniões de lançamento das notas dos alunos - a partir de dia 15.

Amanhã, as manifestações prosseguem em Évora, Portalegre, Beja e Faro.
 
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