Artigo:Escola Informação Digital Nº 25, março 2020

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As adversidades que teremos pela frente só serão superadas com espírito de união e de entreajuda


José Feliciano Costa . Presidente do SPGL


Caros colegas,

A Direção do Sindicato de Professores da Grande Lisboa quer, neste momento particularmente difícil, dirigir uma saudação muito especial a todos os professores e educadores.
A situação que estamos a enfrentar é absolutamente excecional e não tem paralelo na história coletiva das últimas décadas. Os próximos tempos irão colocar-nos à prova, exigindo que nos superemos a nós próprios.
As escolas encerraram e bem, por decisão do Governo, decisão essa que merece a nossa concordância, embora consideremos que pecou por tardia.
Perante este quadro, os professores, mais uma vez, não fugiram às suas responsabilidades. Não aceitaram a possibilidade de pôr a sua saúde em risco, se por acaso se exigisse a sua presença nas escolas, mas disponibilizaram-se, desde logo, para continuar a trabalhar à distância com os seus alunos.
O Ministério da Educação, embora não tenha atuado, de imediato, de forma clara, agindo de forma algo confusa e hesitante, acabou por perceber, no entanto, que era inevitável o cancelamento da atividade docente presencial.
As escolas, nomeadamente os seus diretores, na sua esmagadora maioria, acabaram também por perceber que não podia ser de outra forma, tendo imperado quase sempre o bom senso, no sentido de se organizar o trabalho através de casa, de forma não presencial.
Para já, o que se destaca desta crise, cujos contornos finais ainda não conhecemos, é a importância do serviço público, com particular destaque para o Serviço Nacional de Saúde. Se algo de útil esta crise nos pode trazer é a tomada de consciência de que é fundamental a manutenção de um Serviço Público de Saúde, sólido, universal e gratuito. Esperemos essa tomada de consciência por parte de alguns dos nossos governantes.
Por outro lado, há algo que fica muito claro: apesar da decisão já tomada pela Comissão Europeia e validada pelos ministros das Finanças dos 27 da suspensão das regras de disciplina orçamental, esta crise vem revelar que o projeto europeu da cooperação entre estados é, afinal, um mito - a Europa não canta a uma só voz em tempos de crise.
Vamos esperar pelo “Day after” para perceber o que se segue, se cavalgando a onda perante o quadro que se apresenta, se multiplicarão as ilegalidades, as arbitrariedades, os abusos, etc.
Nós, professores, como profissionais responsáveis que somos, assumiremos as nossas obrigações, no sentido de tentar minimizar os impactos negativos desta situação. Outros terão que assumir as suas.

Caros colegas,

Agora é o momento de ficar em casa, de nos protegermos, de protegermos os nossos filhos, os nossos familiares, os nossos idosos, os nossos amigos, em suma, a nossa Comunidade.
As adversidades que teremos pela frente só serão superadas com espírito de união e de entreajuda. Neste contexto de grande incerteza, todos e cada um de nós tem o dever fundamental de tudo fazer em prol do Bem Comum.

Saudações e até breve.