Artigo:"Pisa: Alunos portugueses satisfeitos com a vida mas ansiosos"

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"Pisa: Alunos portugueses satisfeitos com a vida mas ansiosos"

no  Diário de Notícias

"Ligeiramente mais satisfeitos com a vida, mais motivados, menos sujeitos a bullying, mas mais ansiosos quando chegam aos testes. É assim que surgem os estudantes portugueses de 15 anos avaliados pelo PISA 2015 (...)"

"Depois de ter ficado à frente da média no desempenho a ciências e leitura, Portugal volta a apresentar bons resultados em matérias de bem-estar."

Estes dados apurados pela OCDE, apontam para melhorias significativas na eficácia do sistema educativo português, tanto ao nível do aproveitamento, como na criação de um clima emocionalmente estimulante e motivante nas escolas.

Destoa um pouco a questão da ansiedade, especialmente no que concerne à avaliação, o que terá raízes culturais profundas, mas também, acredito, uma componente decorrente da política de Nuno Crato, o qual terá deixado um rasto de examite crónica atrás de si, ainda a borbulhar nas almas recentemente expostas.

Contudo, como todos sentimos enquanto seres vivos dotados de sistema nervoso, a vida inventou esta sensação de aflição variável em grau, para nos avisar de perigos e nos motivar a agir, sem a qual, provavelmente, não teríamos passado da fase de larva aquática pré-câmbrica. Há que aprender a lidar com a ansiedade, e, porque não também aprende-lo na escola, de preferência incluindo os professores, insuflados de motivos ansiogénicos como estão.

Os alunos portugueses também têm tido, nos últimos 8 ou 9 anos, motivações acrescidas para se enervarem, em comunhão com os adultos que os rodeiam, os quais, por vias da crise financeira, sentiram o seu nível de ansiedade em variação paralela com a dívida externa do país, os respetivos juros, as falências de empresas, o desemprego, os cortes dos benefícios sociais, etc.

Seja como for, a evolução do sistema educativo português, a todos os níveis, é claramente mais um exemplo de uma daquelas realidades evidentes, que, com propriedade, razão e legitimidade, nos permitem dizer ao Sr. Dijsselbloem que se evacue a ele próprio, como bem pediu o António Costa.

João Correia