Artigo:Lutar pelo direito a ter direitos. Sindicalizar-se no SPGL

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No início deste novo ano letivo, gostaria de fazer um apelo aos professores – quer enquanto pedagogos, quer enquanto cidadãos.

Enquanto professores e educadores, dizer-lhes que é necessário denunciar, combater, aquilo que é a evidente degradação das condições de trabalho.

Para esta degradação das condições de trabalho contribuíram algumas medidas. Salientaria duas. O aumento perfeitamente desproporcionado e desnecessário do número de alunos por turma e a continuação de horários que, sobrecarregando os professores com um conjunto de tarefas secundárias, acabam por dificultar muito aquilo que é a sua função primordial, a atividade letiva.

Simultaneamente, confrontamo-nos com alterações curriculares pensadas apenas numa perspetiva de poupar dinheiro e que, como tal, se traduzem de facto no empobrecimento daquilo que é a escola em que trabalhamos. É preciso denunciar também estas medidas que, insisto, conduzem a um ensino e a uma aprendizagem muito mais pobres do que o seria necessário.

Por outro lado as escolas, e também cada um dos professores, vão-se confrontar com o agravamento dos problemas sociais, traduzindo-se nos alunos que nos vão chegar cada vez com menos qualidade de alimentação, às vezes com fome, sem materiais, reflexo evidente da situação de desastre para que o país caminha.

E é exatamente porque a escola não é imune ao desastre social em que estamos a ser mergulhados, que eu entendo que o exercício dos professores também tem que ser um exercício de cidadãos. Denunciando o aumento galopante e dramático do desemprego, que é também visível entre os professores – e de que maneira! – mas que devemos ter a consciência que abrange não só os professores mas um número elevadíssimo de trabalhadores em Portugal. Denunciando o ataque aos direitos dos trabalhadores, sobretudo aos trabalhadores por conta de outrem, para os quais as recentes medidas anunciadas se traduzem num muito forte agravamento da sua situação.

Gostaria de sublinhar que é necessário lutar por uma Escola Pública de qualidade, lutar pelos direitos sociais, lutar pelo direito ao emprego, lutar pelo direito a ter direitos. E que esta luta tem que ser uma luta muito firme, muito organizada, muito lúcida. E para isso é cada vez mais necessário reforçar os sindicatos.

Termino, assim, com um apelo muito grande a que se sindicalize no Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.

 

António Avelãs