Artigo:Jornalismo confrangedor

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Jornalismo confrangedor

Calhou ontem (domingo) ver o Jornal das Sete na Sic Notícias. O jornalista que entrevistava a secretária de Estado Alexandra Leitão começa por sustentar que do compromisso assinado com os sindicatos resultava a subida de 13 mil professores ao topo da carreira. O que é falso. Alexandra Leitão bem lhe explicou, por mais de uma vez, que essa subida ao topo em 2018 não tinha nada a ver com o compromisso sobre a recuperação do tempo de serviço, mas era consequência normal do descongelamento das carreiras, que nunca esteve em causa. Ou seja, o jornalista insistia em confundir descongelamento da carreira e recuperação do tempo de serviço. Será demais pedir ao jornalista que se informasse corretamente sobre a matéria? Ou a confusão é intencional?

O mesmo erro é cometido, nesse mesmo dia, pelo JN que na 1ª página titula: ”O governo cede e promove 13 mil professores ao topo”. Mentira.

Também João Miguel Tavares, no Público de 16 de novembro infringe esse mínimo dever do jornalista – informar-se bem antes de opinar. Referindo-se à reunião entre os sindicatos de professores e o M.E. do dia 15, escreve JMT: “O governo inventou ontem o descongelamento de carreiras sem impacto no OE”. Mentira: o descongelamento das carreiras está previsto no OE 2018.

Vários são os jornalistas e comentadores televisivos que ignoram (ou fingem ignorar) que o Estatuto de Carreira dos Professores prevê que o acesso ao 5 e 7º escalões se faz através de contingentação por vagas (a definir em portaria que os sucessivos governos não publicaram, impedindo assim qualquer mudança de escalão). E que a atribuição, em todos os escalões, de “Muito Bom e Excelente” na avaliação está sujeita a cotas, como em toda a administração pública.

Jornalismo pungente ou usando intencionalmente a mentira para atingir objetivos?

A. Avelãs