Conversa com o escritor Pedro Sá sobre a sua obra literária - dia 23 de novembro às 15h30
Decorreu, na Sala de Reuniões do SPGL, em 23 de Novembro, mais uma sessão de “O meu Livro quer outro Livro”, sobre a obra literária de Pedro de Sá, com especial incidência sobre o último romance publicado Do outro Lado do Rio, há uma Margem.
António Avelãs fez a apresentação do escritor, jovem pela idade e jovem porque a sua obra se iniciou em 2010, com o romance Olhei para trás e sorri…
Em 2011 Pedro de Sá publicou Queria rever o teu Rosto ao Entardecer e em 2013 surgiu a obra Do outro lado do Rio, há uma Margem. Tem ainda publicados dois volumes de crónicas: Letras no Ocaso (2012) e Ocaso das Letras (2014).
O escritor convidou os presentes a intervirem. Foi referida a originalidade dos títulos dos capítulos que são lições de reflexão, como, por exemplo: «Perdemo-nos tanto a olhar o longe, que não ouvimos a súplica» ou «Uma fotografia é um relógio sem ponteiros» ou ainda «Quem busca o ontem esquece a circunstância».
Pedro de Sá referiu que o mais importante não é a história mas a reflexão. Disse que a morte é uma obsessão, admitindo a esperança de que, do outro lado do rio que é a vida, haja uma margem.
Referiu escritores da sua preferência como Milan Kundera e Virgílio Ferreira. Também ele, como Virgílio Ferreira, se sente «um escritor por fatalidade». Não escreve para um público alvo.
Referindo-se a Olhei para trás e sorri, diz que é sobre um homem que se apaixona por uma ideia, concretiza-a e relembra a sua vida.
Questionado sobre as razões por que o seu escritor preferido é Virgílio Ferreira disse que ele nos obriga a refletir sobre as grandes questões presentes na literatura: de onde viemos, quem somos, para onde vamos. Para ele, estes livros obrigam-nos a «ver ao espelho».
Referiu ainda a pintura de Paul Gaugin, que colocou idênticas questões ao titulá-la «De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? (1897).
Falou de livros da sua preferência, como Por favor não matem a Cotovia, de Harper Lee.
Os professores presentes participaram no diálogo com Pedro de Sá, de uma forma «intimista», como alguém referiu. Ajudou-nos a compreender a sua obra, revelando um pouco da sua alma, das suas preocupações, deixando-nos conhecer o homem por trás do escritor.
Antes de terminar a sessão, no âmbito da “troca de livros”, espaço que fazemos questão de manter em todas as sessões, Virgínia Rodrigues leu excertos do livro de Manuel António Pina - "Tesouro".
Leonoreta Leitão também leu excertos do livro de Manuel António Pina - "O País de pernas para o ar" e recomendou algumas obras, que ofereceu ao Departamento: Hotel Locarno de Mega Ferreira e Uma menina está perdida no seu Século à procura do Pai de Gonçalo Tavares.
Também nos falou de «Mémoire de la Liberté Arte e Direitos Humanos», exposição a decorrer, no CCB, de 22.11.16 a 25.01.17 e informou sobre os eventos que estão a decorrer na Biblioteca Manuel Chaves Caminha, na Av. Rio de Janeiro, nº 32, em Lisboa.